sábado, 8 de março de 2014

CASOS ESTRANHOS- Ep. 2 # Estalos*



Eu ouvia estalos.
Às vezes altos, às vezes baixos. Estalos, ruídos, barulhos incômodos. Sempre pensei que fossem os móveis. Eles eram velhos, rangiam quando eu me movia. Rangiam quando eu não me movia também. Sempre rangiam, na verdade. Velharias. Coisas inúteis, antigas. Serviam somente para assustar.
Mas os estalos estavam lá, mesmo quando os móveis eram novos.
Às vezes, quando eu me deitava sob as cobertas, eu os ouvia. Ouvia mais, ouvia bastante. Quando as luzes estão apagadas, nossa audição se aprimora. É algo que o corpo faz por si só. Ouvindo melhor, ouvimos também o que não queremos ouvir. Como os estalos. Como o vento na janela. Como a dança dos galhos do lado de fora.
Como os passos.


Deitado, de olhos abertos no escuro (que, de tão escuro, chegava a ser pior do que ter os olhos fechados), eu os ouvia. Eles andavam no andar de baixo, na cozinha, na sala. Andavam nos banheiros, na copa. Subiam as escadas. Essa era a pior parte. Era horrível imaginá-los, pensar que estavam próximos. Eu sempre pensei que os estalos vinham dos móveis. Essa era a melhor opção. Assim, eu ficava mais tranquilo, mais calmo. Mas os móveis não andam. Os passos não eram dos móveis. Os passos eram deles.
E eles subiam as escadas, sem pressa. Subiam e subiam, degrau por degrau, e eu os escutava. Fechava os olhos, puxava as cobertas, contava carneiros, vacas e ornitorrincos, mas não dormia de modo algum. Eles subiam as escadas, vagarosos. A lentidão era o que mais me doía. Cada passo devagar, cada passo sereno, era de romper o coração. Sentia meu sangue gelar, subir à garganta quente, voltar às pernas gélido.
Aí as luzes se acendiam.

Isso também não era coisa dos móveis. Eles acendiam as luzes, uma a uma. Seus passos estavam mais próximos. Eles estavam ali, do outro lado da porta. Eu tentava ficar quieto; estava paralisado. Tinha medo deles. Medo do que quer que fossem. Medo de que me mandassem embora. Medo de que me fizessem mal. Queria gritar, chamar minha mãe, mas sei que ela não viria. Nem meu pai. Ele zombaria de mim. Diria que era um medo bobo. Diria que eu era criança, que era idiota. Então ficava ali, quieto, tremendo de medo.
Ouvia suas chaves na maçaneta, e este era o meu limite.
Eu sempre saltava da cama nessa hora, corria para debaixo dela e me escondia. Eles não podiam me ver ali, ninguém poderia. Eu via a porta se abrir, a luz de fora entrar. Eles não acendiam a luz do quarto, por sorte. Entravam, quatro pés pesados, mas eu sabia que havia outros dois suspensos nos braços de um deles. Nunca havia os visto; sequer sabia se eram humanos, se eram monstros. Não gostaria de descobrir.
Então eu ouvia a voz de um deles.

—Durma com os anjos, filhinho.

E eu sabia, nessa hora, que havia alguém na minha cama. Então eu chorava, chorava sem fazer barulho nenhum. Chorava debaixo da minha própria cama. Chorava no escuro, sozinho, e ficava ali, no chão frio, até que o medo me deixasse dormir.
Às vezes, eu adormecia rápido.
Mas, às vezes, eu ouvia estalos, e começava tudo outra vez.
Fonte:MedoB


Publicação do youtube
Publicado em 27/08/2013 VIDEO DE CASA COM ESTALOS PARANORMAIS.

Meu nome é Paulo Rocha, moro em Taubaté, interior de São Paulo. Peço que vocês repassem o que vou dizer aqui pois preciso de ajuda urgente.

Fazem duas semanas que eu não durmo direito por conta de acontecimentos estranhos que começaram a acontecer em minha casa. Começou com algumas portas que batiam sozinhas de madrugada, a sensação de que alguem me observava e barulhos de pessoas correndo no corredor durante a noite. Eram coisas que eu não sabia explicar mas sempre culpava o vento ou a minha imaginação. Moro sozinho aqui a quase 3 meses e nunca tinha notado nada de anormal nessa casa até que tudo isso começou.

Com o passar dos dias as coisas foram piorando, até chegar ao ponto de eu não conseguir mais dormir sozinho. Também notei que em dias em que eu estou triste ou abatido essas coisas estranhas acontecem com maior frequência ou de maneira mais violenta, chegando ao ponto de meu edredon ter sido puxado com toda a força de mim, no meio da madrugada, como se algo o sugasse para baixo da minha cama. Uma amiga minha presenciou algumas dessas coisas acontecerem.
Não importa o horário que eu durma, sempre tenho pesadelos e varias vezes acordei com alguem me chamando. Esses dias, enquanto tirava um cochilo na parte da tarde, acordei com um assovio, como se alguem me chamasse de dentro do guarda-roupa.

Nesse momento, enquanto digito isso ás 3:00 da manhã do dia 27 Agosto de 2013, trancado no meu quarto e sozinho em casa, eu posso escutar batidas na porta, quase como se alguem quisesse entrar (video). Não sei se isso fica claro nos vídeos mas as batidas variam, por vezes parece alguem arranhando a porta, outras a maçaneta se mexe suavemente e em alguns momentos é quase como se alguem a chutasse.
Não sei o que pensar sobre isso pois nunca acreditei em coisas do além, paranormalidades e etc, mas isso esta causando um imenso estresse em minha vida, além de muito medo.
Eu não sei o que esta acontecendo mas sei que existe algo aqui na minha casa, e as vezes tenho a nítida sensação de que parece tentar me dizer alguma coisa. Preciso da ajuda de alguem que faça essas coisas pararem. Eu estou realmente assustado com tudo isso.


Tenha bons sonhos, depois de assistir este vídeo, mas, eu recomendo trancar a sua porta. Pois você nunca sabe o que pode estar andando pelo corredor enquanto vc dorme.

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