sexta-feira, 11 de setembro de 2015

apague a luz, eu quero te ver!




            Um jovem retorna para casa após anos no colégio interno. Ele quando criança tinha muito medo do escuro, sempre dizia que havia alguém com ele no quarto quando os seus pais apagavam as luzes. Bem, esse medo acabara depois que foi estudar nesta instituição educacional que regressava, na tal escola, quando apagavam as luzes nada acontecia, somente que não tinha a mesma percepção visual como com as luzes ligadas, acarretando assim a confiança de estar seguro no escuro.

            A sua casa não era um clássico cenário de filme hollywoodiano, era comum, pura simplesmente comum. Ele se instala no quarto onde passou parte de sua infância, e relembra alguns de seus momentos por lá, de quando via e sentia coisas principalmente durante a noite, aquela sombra que era iluminada pela pouca luminosidade que passava por entre as aberturas na porta e atravessava as curtinhas nas janelas, aquilo não fazia nada, ficava somente parado no meio do quarto. Ao relembrar disso ele sente como se tivesse sido somente uma criança boba e medrosa por provavelmente ter tido medo de um simples objeto imóvel e totalmente inanimado.

            Na sua primeira noite na sua antiga casa ao apagar as luzes de seu quarto volta a ter aquela velha sensação a qual não sentia saudades, mas que é ignorada e não atrapalha o sono do jovem rapaz. Na terceira noite ele sente um enorme incomodo e prefere deixar as luzes de seu quarto ligadas até que em fim consegue dormir tranquilamente. Após duas noites dormindo de luzes acesas é acordado no meio da noite com uma voz repetindo vária vezes a mesma frase.

-“Por favor, apague a luz! Eu gosto de ver você dormindo!”.

            Ao ver quem estava falando ele preferiu que tivesse dormido de luzes apagadas.

Autor: Leonardo Victor

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