O PREÇO DA CORAGEM

            Você pediu ajuda a alguém quando deveria fazer ou resolver o assunto sozinho?

            Bem, se você respondeu sim, tenho uma historinha assombrada para lhe contar sobre esse assunto!

            Em nosso país existe uma cidade que é vista como metrópole por alguns e por outros é comparada com nova York brasileira, pois ao viajar durante a noite e visualizar uma cidade iluminada surgindo ao meio da escuridão a beira rio faz com que lembrem a mesma visão de nova York, mas a nossa historia não se passa na atualidade, e sim num tempo onde a cidade ainda estava sendo estruturada, então seus bairros mais periféricos eram muito pouco desenvolvidos e em um destes bairros perto do centro urbanos da cidade era assim.

            Havia um grande igarapé, cheio de vida e um de seus afluentes seguia com a o fluxo d’agua em sentido contrario e que desaguava em um perímetro bem mais acima. Este afluente não era tão diferente do “igarapé” principal, e também era repleto de vida. As ruas eram pontes estreitas que chamavam de estiva e passavam abrindo caminho por meio daquela várzea, numa delas havia uma casa que em sua frente existia uma grande mangueira, seria normal, se durante a noite as raízes desta arvore não ardessem em chamas.

            Pode parecer bizarro nos dias de hoje, mas os moradores achavam comum, somente evitavam estar por perto quando as chamas se iniciavam. Numa certa noite um morador sonha que está próximo da mangueira observando aquele fogo intenso estalar as raízes e a base do caule da arvore e calor das chamas produzirem um grande desconforto em sua pele. Quando do nada aparece um senhor de vestido com roupas claras e chapéu grande de palha na cabeça, o velho diz: “você tem coragem?”. O homem estático não consegue formar nenhuma palavra e não responde a pergunta daquele velho senhor, eis que então o velho fala para o homem: “se você tiver realmente coragem, volte aqui amanhã meia-noite, que é a hora que essas chamas estarão mais intensas e cavará no pé dessa mangueira, tu vai encontrar um pote de barro que enterrei há muito tempo atrás, o pote estará cheio de ouro que roubei dos meus patrões!”, o homem então indagou: “por que você  primeiro me perguntou se eu tenho coragem?”, eis que o velho responde: “por que tu vai ter que fazer tudo isso sozinho!... e quando tirar o que escondi aí a tanto tempo atrás a mangueira parará de afastar as pessoas de seu arredor e enfim poderei descansar em paz!... a próxima vez que tu dormir eu vou vir te visitar para agradecer!”.

            O homem desperta daquele sonho e se pergunta se realmente poderia ser verdade aquilo confiado a ele, então o mesmo conta a incrível experiência e pergunta:

-Você pode ir comigo? Se realmente existir esse ouro eu divido a metade com você!

Talvez esse medo é resultado da cultura, pois todos temem um lugar sombrio numa sexta-feira meia-noite!

            Esse amigo aceita, e na hora combinada os dois estão prontos para cavar com pás e enxadas as raízes flamejantes da mangueira que a muito escondia este segredo. Cavando cada vez mais fundo, a água do afluente subindo lentamente, até que enfim acham um pote de barro grande e selado por uma tampa, a chamas cessam e o lugar não parecia mais tão assustador o quão era antes.

            Com sorrisos nos rostos abrem o pote e o que encontram não os agradará. Ao invés de ouro havia carvão. Logo aquele sorriso dá lugar a decepção e o questionamento, “por que não havia ouro se tudo que foi dito era verdade?”. Naquela noite o homem foi dormir triste por ter encontrado o carvão em vez do ouro. E como prometido o velho vem o visitar no sonho para agradecer a liberdade concedida.

- obrigado meu rapaz por ter retirado o pote das raízes da mangueira, assim enfim vou descansar e arvore também! Diz o velho sorridente.

-sim, mais por que você mentiu para mim que havia ouro se só o que tinha no pote era carvão! Responde o homem enraivecido.

            O velho muda expressão e a voz dizendo.

-tu me acusas de quebrar a promessa, se foi você que pôs tudo a perder chamando seu amigo para lhe ajudar a fazer uma tarefa que era para ter feito sozinho. O carvão só seria ouro se tu mostrasse ter coragem, mas tu não passou no teste.

            Essa foi uma historinha muito antiga mostra que as oportunidades aparecem, mas devemos ter coragem para agarra-las!

            Certo! O horário meio clichê, mas não podemos mudar historias com tanta verdade.

 Autor: Leonardo Victor