segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O CÃO


Um homem trabalhava de vigia numa construção de casas populares, sai de casa todos os dias que vai trabalhar sempre no mesmo horário e tem que passar por muitos trechos escuros.

            Em um certo dia, tudo era normal, exceto por um cão afoito tentando abrir uma sacola plástica que parecia ter somente lixo no seu interior. Não era por conta de ter um cão tentando comer lixo naquele lugar, mas sim na inquietação que aquele animal causou-lhe. De repente escuta um choro baixo e assustado de uma criança muito pequena, um choro que parecia mais um mio de um gato.

            O vigia logo percebe que a criança estava naquela sacola que o cão estava tentando abrir, ao se aproximar, o cão não fugiu nem mesmo se afastou como normalmente os cães de rua fazem, pelo contrario, o atacou e não deixou que ninguém se aproximasse da sacola contendo a criança. Logo chega ajuda para afastar o cão e salvar a criança.

            Deu trabalho, mas o cão enfim foi vencido por aquelas pessoas e a criança levada a um hospital, era um recém-nascido que a mãe possivelmente teria abandonado após o parto.

            Aquele vigia passou a ver aquele cachorro a espreita, o observando, como se esperasse o momento certo para tentar algo contra ele, aquele cão negro de pelos rebeldes e olhos vibrantes no meio da escuridão da noite. Passados alguns meses vendo aquele cachorro e beirando a loucura, resolve ir a igreja, é bom se apegar a religião nesses momentos e lá o pastor lhe diz que aquele cão estava o perseguindo por conta de uma oferenda que ele não pôde ingerir para concluir um pacto proposto pela mãe do bebê salvo a alguns meses anteriores.

            Será que o cão em fim deixou o vigia em paz depois que o pastor orou por ele ou continua a atormenta-lo até hoje?

            Bem, disso eu não sei, então porque não perguntamos a ele!



Autor: Leonardo Victor

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